Expedição Ciclos realiza vernissage no Museu Joaquim Caetano

O fotógrafo e vídeo-maker amazonense Diogo Vianna, radicado em Belém há mais de 10 anos, apresenta  amanhã, 15, em Macapá o resultado da segunda etapa de seu projeto de pesquisa e experimentação artística em vídeo e fotografia: a Expedição Ciclos. O projeto teve inicio no estado do Pará e percorreu diversos interiores, além da região metropolitana de Belém. Foram realizados registros em vídeo e fotografia, tendo como tema a relação do homem com a bicicleta na Amazônia. O resultado desse processo foi uma exposição na Galeria Theodoro Braga, localizada no subsolo da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves. A exposição apresentou ao público durante o perído de um mês,  um acervo de 20 fotografias coloridas, uma foto-instalação e uma vídeo-instalação.

A Expedição Ciclos, que percorrerá todos os estados da Amazônia legal, chegou ao Amapá no dia 04 de fevereiro, com uma equipe de duas produtoras, um fotógrafo, um vídeo-maker e um assessor de imprensa. Mais do que uma pesquisa focada na relação prosaica e utilitária da bicicleta com o dia-a-dia da comunidade, o  fotógrafo Diogo Vianna e sua equipe vem buscando com esse trabalho construir uma poética visual, utilizando a bicicleta enquanto elemento estético significante da  identidade cultural da região. De acordo com Diogoa necessidade de trabalhar artísticamente esse tema, surgiu do fato de ser “impossível dissociar a bicicleta da vida de grande parte da população amazônica”, a partir disso ele sentiu-se provocado a criar um discurso visual dialogasse conceitualmente com essa relação.

Diogo Vianna, fotógrafo.

A vernissage da exposição Ciclos inicia a partir das 19:00 no Museu Joaquim Caetano, no centro de Macapá. A montagem será realizada no espaço da Sala Multiuso do museu. Depois de 10 dias pesquisando e registrando a influência e a importância da bicicleta na realidade cotidiana de Macapá e alguns interiores do Estado. A exposição contará com 12 fotografias  e 1 video-arte produzidos no estado Amapá, e ficará aberta à vistação pelo período de um mês. Além disso será realizada uma intervenção urbana com a projeção de alguns vídeos-arte na área do Mercado Municipal de Macapá, no dia 16 de fevereiro, às 18:30. 

Serviço

Vernissage Expedição Ciclos: etapa Macapá
Local: Museu Joaquim Caetano
Horário: 19h
Entrada gratuita



Karen Pimenta

Por...

Hoje senti de novo aquela dor no coração, de quando a impotência me torna ínfima. Esta dor sempre vem em situações como a de hoje, quando vi um senhor chorando na rua, roupa e pele envelhecidos pelo tempo e pela vida. São aqueles que sobem no ônibus para vender balas, aqueles que dormem nas ruas e praças, sem qualquer oportunidade ou perspectiva de vida que me fazem acreditar que a justiça por vezes padece e que a minha vida, que por vezes, taxo difícil é melhor, muito melhor que a daqueles que não tem ninguém por si, que não têm um teto sobre a cabeça e nem um chão de verdade sob os pés.

À medida que os encontro nas minhas andanças cotidianas me pego frente à tanta coisa errada e fora do lugar que ainda não consigo consertar. E então, me lembro: foi por isso, por isso escolhi pôr à prova minha habilidade em escrever e informar, por isso escolhi valorizar o que faço pelos outros e não o que tenho de bens. Por eles escolhi ter voz. Ser a voz destes que, ainda que falem são tidos como mudos para a sociedade porque não contribuem de maneira que gire o capital, aquele em que todos giram em torno.

O enfrentamento diário com estes homens e mulheres será a visceral provocação que plantarei em cada parágrafo meu de denúncia, de notícia, de matéria, de jornalismo. 

Lívia Almeida